quarta-feira, 8 de abril de 2009

O ladrão de bolachas

Uma mulher estava à espera num aeroporto certa noite, com várias horas pela frente antes do seu vôo. Procurou um livro numa loja do aeroporto e comprou um pacote de bolachas, sentando-se finalmente.
A mulher estava mergulhada no seu livro, mas aconteceu ver que o homem sentado ao seu lado, de físico imponente, pegou numa ou duas das bolachas do pacote no meio de ambos. Situação que ela tentou ignorar para evitar uma cena.
Assim, ela tirou uma bolacha e olhou para o relógio à medida que o corajoso ladrão de bolachas diminuía o seu stock.
Ela foi ficando mais irritada a cada minuto que passava pensava, "Se não fosse tão boa pessoa, punha-lhe um olho negro".
Por cada bolacha que ela tirava, ele tirava outra quando finalmente só restava uma, ela perguntou-se o que faria ele.
Com um sorriso na cara e um riso nervoso, ele tirou a última bolacha, partiu-a ao meio e ofereceu-lhe metade ao mesmo tempo que comia a outra.
Ela arrancou-a da sua mão, e pensou... ooh caramba!
Este tipo tem cá uma lata e além disso é rude. Porque é que não mostrou ao menos alguma gratidão ? Não se lembrava de alguma vez ter sido tão ultrajada, suspirou de alívio quando a chamaram para o seu vôo.
Pegou nas suas coisas e foi direita à sua porta de embarque, evitando olhar para trás para o ladrão ingrato.
Entrou no avião e sentou-se no seu lugar. Então, procurando o seu livro, quase no fim, quando mexia na sua bagagem, parou com surpresa.
Ali estava o seu pacote de bolachas, intacto, à frente dos seus olhos.
Se o meu está aqui, murmurou em desespero, o outro era dele, e ele tentou partilhar.
Demasiado tarde para pedir desculpa, percebeu ela angustiada, que a rude era ela, a ingrata, a ladra...